No próximo dia 26 de maio terá lugar a cerimónia de jubilação do Professor Doutor Miguel Miranda, Presidente do IPMA e docente da Faculdade de Ciências da Universidade de Lisboa (FCUL) e do Instituto Don Luís (IDL).



A sua última aula na cerimónia de jubilação intitula-se "Politica e Ciências - Renascimento das Ciências Naturais"/"Politics and Sciences - The Renaissance of Natural Sciences", e decorrerá na FCUL, pelas 11h00.



Recordamos que o Prof. Miguel Miranda é Doutorado em Física (Geofísica) e é Presidente do IPMA desde 2013. Na carreira docente foi Professor Catedrático de Geofísica na FCUL, afeto ao Departamento de Engenharia Geográfica, Geofísica e Energia da FCUL. Ao longo da sua vida focou a sua atividade de investigação no Geomagnetismo, Geofísica Marinha e em Riscos Naturais, em particular tsunamis.

Vai realizar-se no Funchal, na Ilha da Madeira, entre os dias 22 a 26 de maio de 2023, uma semana de trabalho do grupo de Assimilação de Dados do consórcio ACCORD - A Consortium for COnvection-scale modelling Research and Development (link 1).

O consórcio ACCORD visa o desenvolvimento de modelos meteorológicos numéricos regionais da atmosfera no estado-da-arte, os quais são utilizados como base para a análise e previsão das condições gerais do estado da atmosfera. Este desenvolvimento comunitário envolve 26 países da Europa e da Bacia do Mediterrâneo, entre os quais Portugal através da participação dos especialistas do IPMA, I.P..



O IPMA executa diariamente o modelo de área limitada à escala convectiva e grande discretização espacio-temporal AROME (link 2) sobre os três domínios geográficos distintos: Portugal Continental, Arquipélago da Madeira (ver Figura) e Arquipélago dos Açores. À data, desenvolve esforços para a criação de um sistema de Assimilação de Dados sobre os domínios do Continente e da Madeira, coordenando os esforços dos países que ainda não detêm esta tecnologia em operações. Estes sistemas utilizam as observações das redes meteorológicas de superfície e de altitude, do radar e satélites meteorológicos para dotar os modelos numéricos da melhor imagem do estado da atmosfera num dado instante, contribuindo para que o modelo numérico produza previsões com um maior realismo de fenómenos convectivos, contribuindo, em particular para a melhor localização e previsão de máximos de precipitação e vento.



Esta reunião conta com o apoio logístico do Governo Regional da Madeira e será realizada nas instalações do Campo da Barca.

O mês de abril 2023 foi o 4º mais quente e o 3º mais seco desde 1931 em Portugal Continental, conheça as principais conclusões do boletim climatológico de abril.

A nível global, abril foi o 4º mais quente de sempre (a par com 2017, 2018). A temperatura média global em abril foi 0.32 °C superior ao valor médio 1991-2020 (Fig. 1).



Na Europa a o valor médio da temperatura média do ar foi 0.23 °C acima do valor médio 1991-2020. Verificaram-se condições mais quentes do que a média no sudoeste da Europa, em especial em Espanha e Portugal que registarem temperaturas recordes em abril; por outro lado numa faixa que se estende do Reino Unido ao sudeste da Europa verificaram-se condições mais frias que o normal.

Em relação à precipitação na Europa verificaram-se condições mais húmidas do que a média na Irlanda, Reino Unido e França, na Europa central até a Península Itálica, nos Balcãs e no Mar Negro; por outro lado verificaram-se condições excecionalmente mais secas que a média na Península Ibérica, no sul dos Alpes e nas regiões mediterrânicas da França.

Em Portugal continental o mês de abril de 2023 classificou-se como muito quente em relação à temperatura do ar e extremamente seco em relação à precipitação (Fig. 2).

Foi o 4º abril mais quente desde 1931 (mais alto em 1945, 17.19 °C); valor médio da temperatura média do ar, 16.59 °C, +3.43 °C em relação ao valor normal 1971-2000.

O valor médio da temperatura máxima do ar, 23.77 °C, foi muito superior ao valor normal, + 5.59 °C, e corresponde ao valor mais alto desde 1931. O valor médio da temperatura mínima do ar, 9.41 °C, foi 1.28 °C superior ao valor normal, sendo o 15º mais alto desde 1931 e o 6º mais alto desde 2000.

Durante o mês verificaram-se valores diários da temperatura média e máxima do ar, quase sempre acima do valor médio mensal 1971-2000, em especial nas regiões do interior Norte e Centro, vale do Tejo e Alentejo, nos períodos de 2 a 11, 15 a 20 e 23 a 30; destaca-se o dia 27 de abril, com uma temperatura média de 22.21 °C e que foi o dia de abril mais quente dos últimos 16 anos em Portugal continental.



Foram registadas 3 ondas de calor no território continental, que afetaram as regiões do interior Norte e Centro, vale do Tejo, Alentejo e sotavento Algarvio.



Em relação à precipitação, foi o 3º abril mais seco desde 1931 (mais seco 2017, 11.5 mm); precipitação total de 18.2 mm que corresponde a 23 % do valor normal. Durante o mês ocorreram valores de precipitação mais significativos na primeira quinzena do mês e em especial na região litoral Norte e Centro.



De acordo com o índice de seca PDSI, verificou-se um aumento significativo da área e da intensidade em seca meteorológica; destaca-se a região Nordeste na classe de seca moderada e na região sul os distritos de Setúbal, Évora, Beja e Faro nas classes de seca severa a extrema. No final de abril 89 % do território estava em seca, com 34 % nas classes de seca severa e extrema.

Decorre hoje, 8 de maio de 2023, a cerimónia de Assinatura do Auto de Consignação da Empreitada de Instalação do Radar Meteorológico de São Miguel, Açores, a decorrer no Observatório Afonso Chaves, em Ponta Delgada.



A cerimónia será presisida pelo Ministro da Economia e do Mar, António Costa e Silva, com a intervenção do Presidente do Governo Regional dos Açores, José Manuel Bolieiro, contará também com a presença do Secretário de Estado do Mar, José Maria Costa.



A sessão de abertura será proferida pelo Presidente do IPMA, Miguel Miranda, seguida de uma apresentação dos Radares do Atlântico. A assinatura do documento oficial decorrerá no local de instalação do radar, sito em Pico Santos de Cima.