Foi publicado recentemente o Boletim Climatológico de fevereiro de 2023 da Região Autónoma dos Açores.

Resumo

Em fevereiro, o campo médio da pressão atmosférica à superfície na região dos Açores apresentava anomalias de 0 a 0,2 hPa, no limite sudoeste de uma área de anomalias positivas centrada a nordeste sobre a Irlanda.A anomalia do campo da precipitação média diária apresentava valores negativos, superiores a -2 mm/dia, enquanto a anomalia do campo da temperatura média mensal do ar apresentava valores negativos superiores a -0,8 °C.

A intensificação da corrente perturbada de oeste a partir de dia 20 e, especialmente a aproximação e passagem a norte da depressão Kamiel a partir de dia 26, originou tempo severo com vento, agitação marítima e precipitação fortes em todo o arquipélago.

Estado do mar

A temperatura da água do mar à superfície nos Açores apresentava valores médios de 15 a 16°C, tendo-se verificado anomalias negativas até -0,8 °C.

O estado do mar caracterizou-se em média por ondas N de 3 a 4 m no grupo Ocidental e NW de 2 a 3 m nos grupos Central e Oriental. Na sequência da passagem da depressão Kamiel entre os dias 25 e 28, a altura significativa das ondas atingiu 7 a 9 m no grupo Ocidental, 5 a 7 m no Central e 5 m no Oriental.

Precipitação

O valor mais elevado dos totais mensais de precipitação foi registado na estação das Flores (171,6 mm), e o valor mais baixo registou-se em Santa Maria (35,5 mm).



Temperatura

O valor da temperatura média do ar variou entre 13,3°C (Nordeste) e 14,9°C (Horta). A temperatura mínima mais baixa foi 7,4°C (Graciosa e Ponta Delgada) e máxima mais alta foi 21,5°C (Pico).



Vento

No mês de fevereiro a circulação média de larga escala na região dos Açores foi em geral moderada de sudoeste no grupo Ocidental, moderada de sul no Central e fraca no Oriental.



Radiação Global

A percentagem da irradiação global mensal relativamente ao valor esperado no topo da atmosfera (Fig. 7) apresentou cerca de 54% na Graciosa, 53% na Horta e em Santa Maria e 49% no Pico

A sessão de lançamento do livro "Sardinha, o sem fim da pesca do cerco", que contou com o contributo da bióloga do IPMA Diana Feijó decorreu a 25 de fevereiro na Póvoa do Varzim.

Trata-se de um projeto de fotografia documental da autoria de Hélder Luís, fotógrafo, designer e artista multimédia, também ele poveiro, criado no coração da comunidade piscatória. Este trabalho está enquadrado na residência artística MAR|PVZ|19/20, realizado na Póvoa de Varzim. Um documento único sobre a pesca da Sardinha, uma celebração das artes e dos homens do mar, procura documentar o cerco, aquela que é a arte de pesca mais importante em Portugal.

O livro conta com os contributos científicos de Álvaro Garrido,  professor catedrático e diretor da Faculdade de Economia da Universidade  de Coimbra, e de Diana Feijó, bióloga do IPMA de Matosinhos, a par das  ilustrações científicas de Pedro Salgado, biólogo.



O cerco integra a pesca da sardinha – símbolo bem português, centro das festas populares e principal espécie da indústria conserveira – mas não só, pois abrange espécies como a cavala, o carapau ou o biqueirão. Sendo uma publicação sobre a pesca, é também inevitavelmente sobre as suas tripulações: um contributo para o reconhecimento dos homens que passam as noites no mar atrás de um peixe que teima em escapar e que, tantas vezes, regressam sem sustento para os dias seguintes. Durante quatro anos (2018–2022), a partir de embarcações sediadas no norte do país, percorreu o mar português a bordo de vários de barcos, a partir de quase todos os portos, acompanhando a vida no mar de muitas tripulações, com atenção à dimensão holística do fenómeno das pescas e aos grandes debates atuais sobre a sustentabilidade da vida marinha.



Na Póvoa de Varzim, este livro teve o lançamento oficial junto da comunidade piscatória. Este evento contou com a presença de muitos dos pescadores, armadores e tripulações que ajudaram a contar esta história contribuindo para o sucesso deste projecto no dia 25 Fevereiro. Também foi apresentado no encontro anual Correntes d’Escritas no dia 18 de Fevereiro. No jornal Público, foi publicada uma entrevista sobre o autor e o livro.

O livro será depois apresentado, em jeito de itinerância, em datas a divulgar, pelas cidades costeiras de Viana de Castelo, Matosinhos, Peniche, Ílhavo, Sines, entre outras.